Oração do Terço – Aviso
03-05-2023V – Domingo de Páscoa
06-05-2023Hesitei se deveria ou não escrever-vos este fim-de-semana, em que os cristãos do mundo inteiro são chamados a meditar nesta página do evangelho, que corresponde ao que há de mais central e importante na vida da Igreja: – a presença sacramental de Cristo na Eucaristia.
Por esta mesma razão, e porque vejo tantas pessoas a não O reconhecerem, por isso, avancei.
O texto diz-nos que na tarde da ressurreição, dois discípulos de Emaús regressaram a casa tristes e desiludidos com o desfecho final da vida do Mestre. Um deles tem nome. O outro, ficando no anonimato, é a imagem de cada um de nós.
Fazendo-Se companheiro deles, e citando-lhes passagens da Sagrada Escritura, Jesus fê-los compreender e aceitar o que a vida trouxe não só a Ele mas também aos discípulos, de ontem e de hoje. É o que pretendemos fazer com a catequese, não só com crianças (iniciando-as) mas também com adultos, que enfrentam as mais diversas situações e experiências bem diferentes.
“Enquanto Ele nos falava e explicava as Escrituras, não ardia cá dentro o nosso coração?” Dizia um para o outro. Mas foi, sobretudo, quando estava com eles à mesa, que os olhos se lhes abriram para O reconhecerem, quando partiu o pão e o deu a comer.
Nesta brevíssima mensagem, dirigida a vós pais das crianças e adolescentes da catequese, quero chamar a vossa atenção para o que representa ou deve representar para nós a Eucaristia.
De facto, longe de ser uma encenação do passado, um hábito, um rito ou uma oração pelos mortos, a Eucaristia é o encontro de Cristo com os seus discípulos, com os crentes. E se a fé é uma relação de amizade com Jesus, como toda a relação de amizade, exige encontros, particularmente à mesa, que celebra e alimenta laços afetivos e sociais. Os amigos encontram-se à mesa.
Embora muitos ainda não o entendam, de facto, a Eucaristia é o encontro com Cristo e por isso, centro da vida da Igreja, donde flui toda a sua riqueza de vida.
Porque educadores da fé dos vossos filhos, peço-vos que pelo vosso acompanhamento, pelo vosso estar com eles, sejais capazes de comprovar tudo isto, também para evitar a situação que está a fazer-se sentir nos nossos dias:- a falta sistemática e muito alargada de cristãos na celebração da eucaristia, a banalização com que tantas vezes a tratam, ou sua redução a uma cerimónia para enquadrar festas ou momentos tristes, o comodismo de tantos para não a procurarem, o passivíssimo nas celebrações que, mais dia menos dia, ficam a ser uma “valente seca”.
Sem Cristo e sem viver em Igreja não é possível ser cristão.
Tenhamos bem presente que o tipo de encontro entre pessoas que se amam exprime a profundidade e a verdade do que vivem juntos. O mesmo acontece relativamente à Eucaristia – Mistério admirável da nossa fé.
Que a Senhora da Saúde nos estimule a viver o Memorial do amor de Deus, fonte iluminadora da nossa fé, que se espera firme e saudável através da relação que temos com o Senhor e do alimento em que Ele se constitui para nós.
Pe. Orlando Santos