Reflita Comigo – Solenidade da Santíssima Trindade

Todos conhecemos esta lei inevitável e constante: – Tudo o que nasce neste mundo, morre. A vida do homem caracteriza-se por uma curva que, por princípio, se exprime assim: – nascer, crescer, chegar à maturidade, ao esplendor, depois declina e desaparece.

Curiosamente, com Jesus as coisas não são assim. Depois de uma fase oculta, teve uma vida profundamente contestada, perseguida, morre, e quando todos, inclusive os discípulos, julgavam que era um assunto arrumado, brilha mais que nunca, ao tornar-se invisível aos olhos dos homens. Para sempre, Ele é o Senhor do Céu e da terra e tudo lhe está submetido.

O grupo de homens que O seguiam, que testemunharam o que Ele disse e fez perante multidões que O procuravam, duvidaram dEle, abandonaram-nO. Mas a partir da altura em que se certificaram de que pela ressurreição estava vivo, mudaram o seu comportamento em 180º, entregando-se ao anúncio da mensagem que Jesus lhes tinha passado, e fazendo-o com tal ardor, que expuseram a sua vida.

O mandato que Jesus lhes deu é repetido por Ele seis vezes: Jesus tem todo o poder. Eles devem ir a todas as nações e fazer discípulos de todos os homens, em nome de todas as pessoas divinas, ensinando-os a cumprir todos os mandamentos. A sua mensagem não deve ser pertença de um povo, porque se destina a todo o mundo, a todos os homens, para a escutarem e seguirem.

Trata-se de um mandato expressivo e em termos muito dinâmicos:

– Ide. Há que pôr-se em movimento, rasgar fronteiras, para ampliar a missão de Jesus, limitada no espaço e no tempo, enquanto Ele esteve entre nós.

– Fazei discípulos. Não se trata de obrigar, de coagir, mas ensinar, propor, tentar convencer humanamente. A quem livremente quiser seguir por este Caminho que é Jesus, para encontrar nEle a Vida e Verdade que procura Ele acrescenta: -baptizai.

– O baptismo processa-se em nome da Trindade. O Pai é a plenitude da perfeição, oferecida a todos: bons e maus. O Pai ama o Filho, e por isso oferece-O ao mundo para que este tenha a Vida. O Filho manifesta o seu amor e fidelidade ao Pai cumprindo tudo o que as Escrituras haviam dito, e demonstrando esse amor pelo Pai e por aqueles que encontrava, a ponto de dizer que é o próprio rosto do Pai, e quem O vê, vê o Pai.

O Espírito Santo é a personificação da vida do amor que une o Pai e o Filho e que este dá aos que nEle creem, para assim os fazer experimentar a vida inefável de Deus.

Sabendo que ser crente é abrir-se à vida de Deus, é incarná-la, agora compreende-se porque se diz que o Espírito Santo é a alma da Igreja, a vida dos crentes. Por isso, enquanto a ciência nos diz que a origem do homem vem de uma célula mãe, vem do macaco, e outros se fazem a si mesmos à imagem e semelhança da TV, Deus ensina-nos que fomos criados à sua imagem e semelhança, a ponto de realizar em nós a transfusão da sua vida.

Se a Santíssima Trindade é o amor partilhado por três pessoas, então sempre que entre nós o que nos une é o amor que nos vem dEle, é fácil concluir que esta é a única forma de sermos a sua imagem e semelhança – pelo amor.

Quem dera que cada um de nós, criado à imagem e semelhança de Deus, fosse também amor para com Deus e para com os outros.