
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
23-11-2025Há duas coisas que, todos os dias dominam o mundo: – o poder e o dinheiro.
Ainda hoje, li uma mensagem a dizer que no nosso país o poder económico domina o político. Noutros tempos, dizia-se: “Finalmente, o poder político domina o económico”. No futebol, e a cada instante, encontramos não só os jogadores que “dão o litro” para mostrar o seu poder, mas também para impressionarem quem tem o poder de os contratar para outros escalões. Os dirigentes digladiam-se mutuamente por causa de um ter mais poder ou melhor imagem que o outro.
Entre partidos políticos, sobretudo, os do chamado “arco da governação”, vemos os seus dirigentes como verdadeiros galos que, indiferentes ao triste espetáculo a que se prestam, e à deterioração da sorte de todos nós, se agridem mutuamente para ver se um mata o outro, se lhe corta a crista, para assim se apresentar como o vencedor, o que tem mais poder, o que vai reinar.
Nos meios de comunicação social, entre jornais ou canais da TV, é a guerra das audiências, que os leva a cair no sensacionalismo, no inventar de novos programas, carregados de futilidade, de imoralidade, mas capazes de mobilizar as massas, que gostam de entreter a imaginação e a morbidez da sua mentalidade medíocre. É o poder.
Inclusive, nas nossas igrejas, há olhos sempre atentos a quem, de uma forma ou de outra, se faz notar pelas incumbências que recebe, pelas referências que lhe são atribuídas, pela capacidade de influência que possa ter junto de quem preside.
“Vamos ver quem manda”!…
Há paróquias onde a ânsia de protagonismo, de imagem e de poder é tal que todos mandam menos o que devia ou se esperaria que o fizesse. E porquê? É o poder.
Isto acontece, escandalosamente, perante um Rei que aparece num trono glorioso, que é a cruz, em consequência e manifestação da sabedoria que O levou a dizer que não veio para ser servido mas para servir e dar a vida para que todos a tenham em abundância. Eu disse: – escandalosamente. Bom será ter presente que a palavra “escândalo” não significa uma acção imoral, que pode ser praticada sem que ninguém a conheça, mas o que faz alguém tropeçar, ou desmotivando-o de caminhar.
De facto, a mansidão, a humildade, a interioridade, a misericórdia, a justiça, a pobreza de Jesus escandalizaram os judeus, que por isso mesmo jamais poderiam admiti-lO para seu Rei, dados os objectos de vingança, de domínio e de grandeza, que associavam à imagem do Messias de Israel.
Os cristãos, os crentes em Jesus que confessam e proclamam a sua realeza, são pessoas que hão-de manifestar a sua fé pela ânsia de um outro poder – o de servirem, o de serem úteis, o de se anteciparem uns aos outros na estima e atenções que os rodeiam. É também assim que são sinais e instrumentos do mundo de que precisamos.




