
VIII – Domingo do Tempo Comum
02-03-2025
Com Maria, Peregrinos da Esperança
04-03-2025Quando estamos descontentes, depressa caímos na tentação de julgar que bastaria mudar o que nos rodeia, para que tudo fosse diferente. Ora, e como Jesus hoje o recorda, tudo continua na mesma, se antes de mais não mudar o nosso olhar e o nosso coração. Porque é que havemos de reparar na palheira que está na vista dos outros, e não na luminosidade e profundidade do seu olhar? Porque é que os pais hão-de reparar só, na única negativa que o filho teve e não no conjunto dos seus bons resultados na escola? Porque é que a esposa há-de insurgir-se contra o marido por um nada de que ele se esqueceu, sem prestar atenção à pipa de coisas boas que ele faz pela família? Porque é que havemos de insistir com o vizinho para cortar os ramos que a sua árvore lança sobre o nosso quintal e “silenciar” os frutos que dela colhemos?
É preciso mudar de óculos para notar as qualidades dos outros, para vê-los tais como são, esquecendo as etiquetas. Nessa altura, talvez deixemos de os julgar, porque nos faltam elementos. Só Deus conhece o íntimo de cada um. Também é preciso mudar o nosso coração, pois é dele que saem as coisas boas e más da nossa vida. Podemos mudar os responsáveis políticos, mas nada adiantará, se não forem honestos. Os sábios podem fazer grandes descobertas, mas com pouco proveito, se não se respeita a ética e a moral. Podem mudar as leis que dizem respeito à constituição de uma família, mas se, em vez de a elevarem, permitem o “abandalhamento”, onde se irá parar? Mudemos o nosso coração, comecemos por varrer o que está em frente da nossa porta.