XIII – Domingo do Tempo Comum
29-06-2024XIV – Domingo do Tempo Comum
06-07-2024Toda a gente fala do nível de vida e do que se torna indispensável para o tornar melhor ou para o manter. Todas as pessoas procuram viver bem, com conforto, com segurança e recorrem a todo o tipo de panaceias, de ambientes, de experiências, de meios, de objetos para o conseguir: são centros de peregrinação, objetos religiosos, institutos e produtos de beleza, centros comerciais, telemóveis, discotecas, petisqueiras, toda uma parafernália de novidades, que a publicidade tenta impingir para se ter quilómetros de prazer, ainda que já tenham acabado os cigarros “Kart”.
Quando se busca é porque se não tem, e quando não se encontra o que se busca surge o vazio, a desilusão, o desespero.
Sempre ouvi dizer que a felicidade do homem consiste em satisfazer três tendências fundamentais, que brotam do seu coração: – a sua projeção para Deus, para o próximo e para a profissão.
No momento em que vivemos, a relação do homem com o trabalho, com a sua profissão, está bloqueada para muitos, ameaçada para outros, e para outros tantos indevidamente equacionada. Por isso, para muita gente não há uma boa relação com e no mundo do trabalho.
Quanto ao próximo verificamos que, salvaguardados momentos de uma certa emotividade, que nos leva a ser solidários com esta ou aquela causa, com esta ou aquela situação pessoal, temos a registar um grande individualismo e consequente desigualdade social, como característica dominante.
A dimensão do homem com Deus é a mais radical e a mais esquecida, a ponto da atitude mais generalizada ser a da indiferença e da secularização, tendente ao abandono de Deus, ou daí resultante. A consequência é o vazio, a frustração, o desespero, a violência, a miséria moral, a vida oca, a ânsia de todo o tipo de experiências (incluo a peste dos divórcios e uniões de facto) na busca de uma felicidade, de uma segurança que está cada vez mais longe de a conseguir.
Quando se faz da vida uma realidade meramente material, mundana, sem projeção ultraterrena, a vida humana fica fortemente empobrecida, cheia de absurdos, em que não faltam limites a contrariarem a ânsia da grandeza nem a bestialidade que contraria a dignidade e a espiritualidade do homem.
Na sua existência, o homem não se contenta em encontrar algo, mas Alguém. Daí a felicidade, a riqueza e a novidade de vida que nos dá a fé em Jesus Cristo.
Mercê deste grande dom de Deus, que tem de ser cultivado por cada um de nós, não só nos vem a cura de muitos males, mas a garantia de uma vida em plenitude, para que nos sentimos projetados.