
XXVI – Domingo do Tempo Comum
27-09-2025
Novo Ano de Catequese – 25/26 – Fique atento às datas!
27-09-2025Há crianças que em vez de passarem o dia agarradas ao computador, entretidas com jogos ou embebidas pelas armas de guerra, alimentam a sua imaginação com “o fazer de conta”, “eu faço de…e tu fazes de…”.
Admitamos que duas fazem de peregrinos de viagem. Uma leva dinheiro em demasia, a outra não leva nada. A que leva dinheiro aproxima-se da outra, não a manda embora. E se ambas partilharem a sua condição só terão a ganhar.
Uma carrega o peso da riqueza. A outra, o peso da pobreza.
Uma ajuda a outra a carregar o peso. A outra liberta-a do seu desconforto.
Este jogo deve lembrar-nos que os bens não são direito de uma minoria de privilegiados, mas de todos os homens. Assim, Deus o quis e o quer.
É evidente que também é preciso que cada homem lute para conseguir o que lhe é necessário. Daí o lembrarmo-nos de que, desde o início da criação, Deus manda a cada ser humano comer o pão com o suor do seu rosto. Infelizmente, não faltam os que nada ou pouco fazem por isso, constituindo-se em peso morto para a sociedade, que em vez de serem reeducados são aproveitados por políticas de um eleitoralismo populista. Esta é uma verdade inegável.
Segundo o Papa Francisco, o grande mal da sociedade é a ânsia de protagonismo e a ganância do dinheiro. Para ele, a economia que temos é um sistema que mata, e de tal forma isto é aceite que a morte do idoso por enregelamento não é notícia, mas o facto de a Bolsa de Valores descer dois pontos já alarma o mundo inteiro.
Para além do ser humano estar a ser tratado como um simples “recurso” que se usa e deita fora como lixo, como sobras, como causa de tudo isto, o dinheiro é quem comanda a vida e as relações humanas. Ora, o dinheiro não pode transformar-se no senhor que nos governa mas num meio para humanizar e dignificar a vida das pessoas e dos povos.
Devido a esta tirania do dinheiro, todos os dias nos deparamos perante a tirania dos lucros que inferniza a vida de todos os que sendo subalternos são tratados como peças de uma engrenagem complicada, que deita para o lado todos aqueles cuja existência é tida como impedimento de ter mais.
A isto se junta a gangrena da corrupção pela qual pessoas se compram e se vendem num mundo onde não há ética, mas apenas oportunidades, que não são aproveitadas por uns, logo outros não irão deitá-las fora.
A ambição do poder e do dinheiro não conhece limites, num sistema que tende a devorar tudo para aumentar os seus benefícios, quaisquer que sejam as consequências. Assim se explica a existência crescente de ricos e pobres Lázaros…
Como seria o mundo se o homem se convencesse que a sua felicidade passa pelo bem do outro homem.