
Domingo de Ramos
12-04-2025
Cartaz 2025 – Festas em Honra de N.ª S.ª da Saúde
13-04-2025Ainda ontem foi Natal e já estamos na Páscoa!…
Por falar em Páscoa, porque é que todos os anos a celebramos num dia diferente?
Apesar disso, fazemo-lo sempre ao domingo, porque foi no dia seguinte ao sábado que Jesus ressuscitou.
No séc. II, houve entre os cristãos uma grande discussão porque uns queriam celebrar a Páscoa no dia 14 do mês da primavera (Nisan), outros (mais ligados a Roma) no domingo seguinte. Os primeiros acentuavam a morte de Jesus, os outros a sua ressurreição.
Mercê da influência do Papa S. Vítor venceu a segunda posição e estabeleceu-se que a Páscoa deveria ser sempre celebrada no domingo seguinte à lua cheia da primavera, ou depois do equinócio da primavera, em que o dia é igual à noite. Este domingo pode oscilar entre 22 de Março e 25 de Abril. Por isso, este ano, sendo a lua cheia no dia 13 de Abril, a Páscoa será celebrada no domingo seguinte – dia 20. Todos os anos, a partir da Páscoa (centro da vida da Igreja) marcam-se as outras festas.
Quase nunca coincide a festa da Páscoa entre a Igreja Católica e a Igreja Oriental, Ortodoxa. Porquê? Porque o calendário que seguem é diferente. Os ortodoxos mantêm-se fiéis ao chamado “calendário juliano” (do imperador Júlio César), que foi seguido pelos primeiros cristãos.
Mas, no séc. XVI, o Papa Gregório XIII, assessorado pelos seus conselheiros, concluiu que o calendário juliano tinha produzido um desfasamento de dez dias. Eis porque para além de dar normas sobre os anos bissextos, mandou saltar dez dias, de tal modo que o dia 04 de Outubro de 1582 passou a ser 15 de Outubro. Curiosamente, devemos lembrar que foi nessa noite que morreu a grande Santa e doutora da Igreja – Santa Teresa de Jesus.
Os orientais, que já desde o séc. II estão separados de Roma, não aceitaram o então chamado “Calendário Gregoriano”. Para além disso, os seus cálculos levaram-nos a outras diferenças notáveis, relativamente a nossa forma de calcular o dia de Páscoa.
No ano 2001, coincidiram as datas entre o Oriente e o Ocidente, o que aliás é raro. Normalmente, há diferenças de uma a cinco semanas.
Por vezes há pessoas que perguntam se não haverá a possibilidade de os cristãos, de um e de outro lado, acordarem num dia fixo para celebrar a Páscoa, como já se falou disso há uns anos atrás. No ano 1963, ainda durante o Vat. II, pôs-se a questão. A Igreja católica declarou não existir inconveniente em que houvesse um calendário perpétuo para a festa da Páscoa desde que ocorra em dia de domingo. Do lado oriental, ainda não houve uma decisão que torne possível o acordo, quer para a civil quer para a religiosa.
De facto, a coincidência de 2001 teria sido o momento ideal para o conseguir. E diga-se em abono da verdade que, para o conseguir não bastará a decisão do Papa de Roma, como assim aconteceu no séc. XVI com Gregório XIII. E agora, para além do acordo com o patriarca da Igreja Ortodoxa, será necessária a decisão da ONU ou da UNESCO sobre uma nova contagem do tempo.