Reflita Comigo – IX Domingo do Tempo Comum

Para os judeus, o Sábado (Shabat), como a própria palavra indica, era dia de descanso e de culto a Javé. Rematando a semana de trabalho e olhando para a obra realizada, o povo devia dar graças a Deus por toda a riqueza da criação, pelo fruto do seu trabalho, devia escutar a Palavra de Deus, celebrar e renovar a Aliança com Ele, depois de recordar a sua libertação do Egipto.

Em Jerusalém, os primeiros cristãos, embora inicialmente observassem o Sábado, começaram a celebrar o dia seguinte, o Domingo, louvando a Deus pela Ressurreição de Jesus Cristo, Homem Novo, princípio de uma Nova Criação, autor da verdadeira libertação e Aliança definitiva de Deus com os homens.

Bem cedo deixaram o Sábado, para celebrarem o Domingo, através da Eucaristia. Assim, nasceu a primeira festa crista, sendo de tal maneira importante para os cristãos, que até nasceu o aforismo: “não há Domingo sem missa”.

Reparemos que no relato do julgamento dos mártires de Cartago, entre outros testemunhos, aparece-nos o de Emérito: “nós não podemos passar sem o Domingo” e o de Saturnino que dizia: “não há cristão sem Domingo, nem este pode ser celebrado sem o cristão. Um não pode existir sem o outro?”

Entre nós, há cerca de 50 anos, deixou de ser assim. A pretexto da necessidade do descanso e com base no pressuposto de que a Igreja deve fazer cedências, acompanhar os tempos começou-se a antecipar para Sábado a celebração do Domingo. Hoje, para a grande maioria dos cristãos, já não há Sábado nem Domingo, mas o fim-de-semana, que serve para tudo. É verdade:-para tudo, no maior à vontade e tranquilidade de espírito.

Ninguém venha dizer que isto sabe a fundamentalismo ou a qualquer mania, mas tão só à necessidade de apontar para esta verdade essencial – a de que, para alguém viver cristãmente, antes de tudo, tem de procurar estar com Cristo.