
VI – Domingo de Páscoa
25-05-2025
Concurso – Cascatas e Quadras S. João
25-05-2025Se perguntássemos a alguns refugiados, que neste momento estão a viver em condições infra-humanas (é curioso que não há nenhum partido político que lute em favor deles, ao contrário do que acontece com os animais), se perguntarmos às crianças, aos adolescentes e jovens, que nunca conheceram outra coisa senão o som das metralhadoras, dos canhões, o que mais querem neste mundo, certamente que, como uma mola, deixariam escapar esta palavra – Paz.
Quantas vezes em situações bem penosas, verdadeiramente infernais, ouvimos pessoas a dizerem: “Vai, deixa-me em paz. O que mais quero é estar em paz”… Também aos que partem para o outro mundo desejamos: “Que descansem em Paz”.
De facto, o dom mais saboroso para a vida do homem é a paz. Reparai no que digo: – Dom. É que a paz não se conquista, não se decreta, não se compra, não se arranja com acordos entre beligerantes, entre defensores de interesses antagónicos, mas recebe-se. É fruto da presença, da acção de Deus no homem.
Para os orientais, que têm uma forma de pensar, de encarar a vida muito mais profunda e mais sábia, a paz não é a simples ausência de guerra, mas algo de muito mais amplo: – Shalom (paz).Isto significa uma vida plena em todos os sentidos. Pode referir-se à saúde do corpo ou a uma vida abundante, que termina na morte.
O termo emprega-se para significar também segurança e harmonia, tanto no individuo como na comunidade. A paz é o dom mais precioso que vem de Deus, e por isso, dizemos: “O Senhor é a paz”.
A paz é a nota distintiva da era futura, quando Deus estabelecer o seu Reino. Por isso, ao Messias, que há-de trazer esta nova era, se chama o Príncipe da Paz. Como nos mostra o N.T. “Ele veio para nos trazer a Paz”, uma paz que Ele comprou com a sua morte, que Ele oferece aos que estão longe e aos que estão perto.
Trata-se de uma paz profunda no coração e na mente, paz que não se altera com as circunstâncias, com o ambiente, em que o homem se possa encontrar. Esta paz não é meramente horizontal, como a que resulta do entendimento, do recurso à diplomacia entre facções políticas ou beligerantes. Muito ao contrário tem antes de mais uma dimensão vertical, resultante da relação do homem com Deus, da abertura que o homem dá à sabedoria de Deus e ao Espírito de Deus. Eis porque Jesus diz; “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não a dou como o mundo a dá”.